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quinta-feira, 3 de junho de 2010


Tonhão, um repórter no Futuro

Tonhão criou uma máquina do tempo. Com ela, viaja ao futuro e conta o que anda acontecendo lá na frente, às vezes muito adiante. Tonhão cunhou uma lógica subversiva: é preciso visitar o futuro para construir o presente; ou, se você não tem uma máquina do tempo, é preciso "projetar" o futuro para construir o presente. E às vezes, se projetamos um futuro sombrio, será preciso alterar radicalmente o presente. 


MINHA NAVE INTERTEMPORAL, "HAL 9000", ESTILO BELLE ÉPOQUE, QUE ME LEVA A QUALQUER ANO DO FUTURO  



Ano 3.201 – Lá vou eu, mais de mil anos à frente. Nietzsche falava no “eterno retorno” e muitos historiadores entendem que a História se repete em ciclos. Pois bem, meus leitores aí do presente: aqui no início do quarto Milênio noto que a América está islamizada. A minha nave intertemporal “HAL 9000” sobrevoa o Brasil. Que, aliás, está qualhado de mesquitas, tal como, aí atrás, é qualhado de templos católicos. Idem toda a América Latina, Canadá e Estados Unidos. Um cenário que lembra bastante o triunfo da cristandade na Roma antiga, lá pelo Século VI, VII. No entanto, aqui em 3201, embora os muçulmanos tenham imposto Maomé, ainda há focos tolerados da fé cristã. As minorias cristãs chamam essa era de “Segunda Idade Média” ou “Nova Escuridão”. As liberdades são restritas, mas não tanto como na maioria dos países muçulmanos aí do presente. O poder, por exemplo, do presidente norte-americano é bastante limitado pelo Conselho Muçulmano das Américas. Aliás, aqui no futuro, o presidente norte-americano é o presidente das três Américas, que se encontram federalizadas, incluindo o Brasil. Os cristãos mantêm uma certa estrutura capitalista de pé e tentam preservar o saber científico e a tecnologia. Mas o poder é exercido por uma teocracia que mantém o presidente sob controle. Tudo que ele decidir pode ser rejeitado pelo Conselho, que detém a última palavra. Os setores radicais islâmicos não têm apreço pela ciência nem pela tecnologia. Interpretam passagens do Alcorão como condenatórias da ciência, que seria arma do mal, inimiga da fé e do Profeta. Para mim, particularmente, esse foi um dos mais deprimentes cenários que encontrei no futuro: todo o saber científico, avanços e garantias de liberdades desprezados ou revogados por uma teocracia obscurantista e retrógrada. Vocês aí no presente comecem a agir para desmontar esse cenário melancólico. É preciso observar que fatores aí na nossa época já estão agindo para criar uma América tão sombria aqui no futuro. Volto rápido e atordoado para minha querida nave intertemporal. Sinto alívio ao decolar e deixar na poeira do tempo esse lúgubre ano 3.201. Ate breve, com mais notícia

Ano 2115 - A bordo da minha máquina do tempo, que batizei "Hal 9000" em homenagem ao computador vilão de "2001, Uma Odisséia no Espaço", avisto uma paisagem deserta, arenosa, sem vestígio de vida,  animal ou vegetal. O mar está enegrecido, oleoso, como que afetado por um gigantesco vazamento de petróleo. O relevo lembra muito o Rio,  com dois morros semelhantes ao Pão de Açúcar e outro que se parece com o Dois Irmãos. A bordo da minha nave, consulto o painel de informações históricas: "no local existiu  a Cidade do  Rio de Janeiro,  destruída numa guerra entre traficantes de drogas equipados com mísseis nucleares portáteis".

Não sei o que faria sem o meu painel de informações históricas durante as minhas andanças pelo futuro.

Ano 6018 - Consulto o painel de localização: "Planeta Vênus". Nesse ano distante, pelo visto, já colonizamos o planeta vizinho e certamente muitos outros.  As cidades de Venus são inimagináveis, cheias de prédios altíssimos. Estranho a ausência de atmosfera artificial oxigenada. Como é possível a um ser humano respirar por aqui? Será que sofremos uma mutação tão radical? Vou aproximando a Hal 9000 da maior metrópole venusiana, onde avisto um  prédio descomunal,  com cerca de  quinze quilômetros de altura. No terraço, um letreiro gigantesco ostenta os dizeres: "UPO - United Planets Organization". Há um movimento muito grande de robôs, milhares deles, ingressando no prédio. Parece que haverá uma espécie de assembléia importante.  Pelo clima descontraído, parece  uma assembleia meramente comemorativa.  Não avisto seres humanos. No plenário lotado, o Robô 34-Z318-FFW-20, Secretário-Geral da Organização dos Planetas Unidos, abre a assembleia:  "senhores, não podemos deixar de homenagear a memória da raça humana, cuja extinção completa hoje mil anos". "Ela cumpriu a sua missão, que era iniciar a colonização do Universo e sobretudo  criar-nos". Os robôs presentes batem palmas, o que desencadeia um ensurdecedor ruído de metais em colisão. Onde eu coloquei meu protetor de ouvidos...

Ano 4112 -  Estou na Terra. Milhares e milhares de edificações semelhantes aos templos católicos aí do presente estão em toda parte, em todas as cidades. Mas em vez de cruzes, todos os templos trazem o mesmo símbolo: a mão com quatro dedos esticados e o polegar recolhido.  Chego em meio às comemorações de 2000 anos da oficialização da Beatlemania como religião mundial.  Um sacerdote do baixo clero, um "harrison", conversa com um seminarista, um "ringo",  enquanto passeiam no jardim de um mosteiro.
- Não adianta, meu jovem ringo, jamais saberemos exatamente como foi.
- Sabe, harrison David, eu acho que os lennon e os mccartney sabem de tudo. Eles tem acesso a registros audiovisuais milenares. A mídia está sempre dizendo que os Beatles eram humanos como nós e que na época deles jamais foram considerados salvadores. Fala-se também que os registros do Século XX  existem e estão em algum lugar secreto... 
- Isso é heresia! A mídia fala muita bobagem, invencionice. Basta sabermos que eram quatro músicos que tinham a divina missão de renovar, através do "Cancioneiro Beatle Sagrado",  a salvação iniciada por Cristo: "Os Quatro Rapazes da Salvação". Basta o que está no terceiro testamento. Vocês ringos sempre com dúvidas e perguntas. Mas Deus releva... "Quatro Rapazes, guiai-nos sempre"...
Amém, responde um ringo sem grande contrição.

O jovem ringo seguiu em silêncio, enquanto o velho harrison assobiava o seu cântico sagrado predileto, Lucy in The Sky With Diamonds.

Ano 2420  – E lá vou eu na minha Hal 9000. No painel de busca, digito “comportamento sexual no século XXV”. O “freio automático da busca” é um recurso incrível que detém o veículo no ano e no lugar mais indicado para a minha indagação. E por isso a minha nave intertemporal pára instantaneamente no ano 2420 e bem em frente à janela de uma sala de aula de História. Quer um momento melhor para saber o que se passa numa época do que uma aula de História? Estaciono bem em frente à tal janela da sala e fico escutando: “E era assim há 300 anos atrás”. “Os machos vinham ao mundo com o impulso de possuir várias mulheres, de se atrair simultaneamente por muitas”. “Até que o Tratado da Fidelidade surgiu em 2152”. São signatários desse tratado quase todos os países”. “Com a implantação de um Chip nas mulheres, as gerações futuras passaram a gerar homens com a mesma estrutura sexual feminina, predominantemente monogâmica”. Um adolescente levanta a mão: “quer dizer que nós éramos promíscuos? Além da namorada desejávamos outras?”, indaga o jovem com cara de repugnância. “Sim”, responde a professora, “devia ser um inferno”. “Havia separações de casais, em grande parte causadas pelo homem”. “Na verdade, os casamentos duravam pouco...” O aluno intervém novamente: “as pessoas acabavam com os casamentos por esse motivo?” “Sério?” A professora prossegue: “sim”. “É quase inacreditável pensar que a maioria dos casamentos acabava por causa desse impulso masculino”. “Hoje, temos 10% de separações em todo o mundo”, completa a professora. “Há trezentos anos atrás as separações giravam em torno de 85% ao cabo de cinco anos em média de união”, finaliza, para a perplexidade da classe adolescente. Uma classe muito bem comportada nas suas relações amorosas, pelo visto.s aqui do futuro. Lá vamos nós, eu e minha HAL 9000.

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FURO DE REPORTAGEM DO TONHÃO!



DILMA! NOVAS E ESTARRECEDORAS REVELAÇÕES!

Recentemente, a revista SHOOT THE HEAD e o jornal BIG GUNS OF AMERICA, duas publicações pacifistas norte-americanas de prestígio internacional, veicularam bombástica(!) reportagem sobre o arsenal nuclear brasileiro. O arsenal estaria em silos subterrâneos, no coração da Amazônia. Estima-se que os silos abriguem de 100 a 150 mísseis nucleares e que tenham sido construídos a partir de 1985, através de um projeto militar brasileiro altamente secreto denominado "BOMBA MEU BOI".

Os lideres dos países desenvolvidos temem uma aliança entre a presidente Dilma e Ahmadinejad. Ambos disporiam de um razoável arsenal nuclear que colocaria em risco todo o planeta. A imprensa norte-americana já vem apelidando os dois de "Casal Apocalipse". Em uma charge, a revista SHOOT THE HEAD mostra Dilma de noiva e Ahmadinejad de noivo, ajoelhados diante de um grande míssil.

Já o jornal BIG GUNS OF AMERICA destaca o temor do governo norte-americano de que Dilma transfira tecnologia nuclear para o grupo de Bin Laden. O jornal informa ainda que o governo norte-americano cogita intervir militarmente no Brasil, já que Dilma no poder é inaceitável para os EUA. O plano secreto de invasão do Brasil vazou e a revista SHOOT THE HEAD informa que a operação chama-se "Operation Big Month" ("Operação Mensalão") e prevê o bombardeio de Brasília. Logo após o bombardeio, milhares de paraquedistas norte-americanos seriam lançados sobre Brasília. Uma vez instalado, o governo militar de ocupação criaria cortes marciais para julgamento dos congressistas brasileiros. O plano prevê também o julgamento de Dilma por crimes contra a Humanidade e genocídio, de acordo com leis marciais, e a condenação sumária da terrorista, que seria enforcada na Esplanada dos Ministérios, em execução pública, transmitida via satélite para todo o mundo sob o patrocínio de um pool de empresas norte-americanas e brasileiras. GLOBO e RECORD já disputariam exclusividade de transmissão no Brasil.

Na extensa reportagem, o BIG GUNS OF AMERICA comprova ainda conexões entre o PT e a Al-Qaeda de Bin Laden. O jornal obteve e publica fotos inéditas de José Dirceu encontrando-se secretamente com Bin Laden, em seu esconderijo nas cavernas do Afeganistão. Em diversas fotos os dois líderes terroristas apertam as mãos efusivamente e examinam mapas dos territórios europeu e norte-americano, planejando atentados em várias cidades. Em uma das fotos, os dois terroristas sanguinários aparecem abraçados, fazendo o "V" da vitória: Dirceu com barba e uniforme de guerrilheiro, fumando charuto, e Bin Laden sorridente, vestindo a camisa da seleção brasileira. Dirceu e Laden já são conhecidos entre os norte-americanos como "O Dueto do Mal".

(Tonhão Von Braunn, de Nova Iorque, especial para o Tonhão News

 
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Um comentário:

Denise disse...

Realmente sua nave é estranha e bonita. Mas estranho são suas VISUALIZAÇÕES FUTURISTAS,principalmente da aula de hist;oria sobre o apetite sexual dos machos,iguais os da época atual.